Investimento em startup: quais são os principais tipos?

startups podem receber diferentes tipos de investimento

Investimento em startup: quais são os principais tipos?

Além de ser um modelo de negócio bem específico, com foco na inovação, escalabilidade e potencial de crescimento rápido, as startups muitas vezes necessitam de investimentos financeiros para que sejam viabilizadas. Ocorre que nem sempre seus fundadores ou gestores dispõem de recursos para começar, manter ou expandir um negócio.

Devido ao grande potencial de lucratividade, no entanto, investidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, têm se unido para fomentar as companhias disruptivas em todo o mundo. Confira os principais tipos de investimentos em startups:

Bootstrapping: O termo “bootstrapping” surgiu no final do século 19 e se referia a um acessório que facilitava o calçar das botas. Com o passar do tempo, adquiriu diversos significados metafóricos adicionais, que, resumidamente, tinham como tema comum a realização de alguma atividade sem ajuda externa. O conceito também se aplica ao investimento. Bootstrapping é quando uma startup começa sem recursos de terceiros. O investidor é o próprio empreendedor, que utiliza seu aporte financeiro e/ou o caixa da empresa para mantê-la. Há uma série de vantagens do bootstrapping, como a plena autonomia sobre o uso de recursos, maior controle sobre o caixa da startup e a possibilidade de criar uma cultura totalmente alinhada às missões, visões e valores do gestor. Contar com investimento externo, no entanto, pode (e costuma) ser uma segurança financeira que evita crises e quebras de caixa, além de permitir que o empreendedor conte com o auxílio de profissionais experientes e interessados no sucesso do negócio. Um dos maiores cases entre empresas que aderiram ao bootstrapping é o da MaxMilhas, empresa de compra e venda de passagens e milhas aéreas e que começou com R$ 28 mil dos próprios sócios-fundadores. 

Investidor-anjo: Trata-se de uma pessoa jurídica ou física — geralmente empresário, executivo ou empreendedor bem-sucedido — interessada em fazer investimentos em empresas inovadoras. Além de financiar a startup, o investidor-anjo atua como um conselheiro, orientando o novo empresário e oferecendo sua rede de contatos.  O investidor-anjo nem sempre é um detentor de grandes fortunas, mas quase sempre é uma pessoa de sucesso que conseguiu acumular patrimônio suficiente para investir em empresas promissoras. É um investimento conhecido como smart money, que une recursos financeiros e conhecimento.

Equity crowdfunding: É um financiamento coletivo, onde uma empresa divulga o projeto de startup em uma plataforma online e os investidores fazem os aportes, tendo geralmente direito a uma participação da empresa.  “Sempre que uma startup abre uma nova rodada de equity crowdfunding, ela deve definir um valor-alvo a ser captado. Já o valor mínimo de captação é calculado em dois terços do valor-alvo estabelecido. Caso o volume para atingir esse mínimo de recursos não seja atingido, a operação é cancelada e os investidores recebem o seu dinheiro de volta”, explica a Distrito, companhia referência no setor. No Brasil, a estratégia de investimento movimentou US$1,5 milhões em 2017, US$ 7,2 milhões em 2018 e R$ 7,5 milhões em 2019.

Incubadoras: As incubadoras recebem esse nome por oferecer suporte durante os primeiros anos de vida de uma startup. O auxílio pode ser gerencial, técnico e/ou mercadológico, dando orientações necessárias para que a “incubada” entre no mercado com bases sólidas. Essa modalidade de investimento oferta também estrutura física temporária e preparada para o desenvolvimento da startup a baixo custo. A maior parte das incubadoras brasileiras está próxima a universidades e centro de pesquisas, com o objetivo de estimular o empreendedorismo inovador de alunos, professores e pesquisadores e de transformar ideias em produtos, processos e serviços. Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Brasil registrou um total de 363 incubadoras em 2019. O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP) e a Inova, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), são alguns exemplos de incubadoras.

Aceleradoras: São empresas voltadas a acelerar o desenvolvimento de startups. Para isso, ajudam-nas a conseguir novas rodadas de investimento ou a alcançar o break-even point (ponto de equilíbrio), momento em que são capazes de pagar as próprias despesas com as receitas da empresa. O grande ponto das aceleradoras não é oferecer capital, e sim contatos e serviços de apoio, muito embora o aporte financeiro também possa ser realizado. Um exemplo de aceleradora é o Founder Institute, rede com trabalho em diversos países da qual N Partners atua em parceria institucional. Líder em aceleração de startups pré-seed, a empresa oferece programas de quatro meses para fundadores de startups early stage. Durante este período, os gestores participam de uma série de encontros com mentores, fazem tarefas práticas de validação do negócio e são preparados para buscar capital de risco.

As grandes diferenças entre uma aceleradora e uma incubadora é que a primeira oferece auxílio para startups mais desenvolvidas. Como o nome indica, ela apenas acelera um processo que já está em andamento. Além disso, é uma aliança curta, não necessariamente de anos. Por fim, startups que já receberam ou estão prestes a receber novas rodadas de investimento também são passíveis à aceleração. 

Venture Building: Também conhecida como “fábrica de startups”, a venture building é uma empresa que investe, constrói e desenvolve startups usando recursos próprios, incluindo capital humano e estrutura física. Como retorno, recebe participação acionária da empresa até o break-evenUma venture building oferece segurança às startups por participar ativamente dos seus processos operacionais, da gestão, finanças e até do marketing. Além disso, pode auxiliar também no desenvolvimento do MVP (Produto mínimo viável, na sigla em inglês).

Venture Capital: Também conhecido como capital de risco, venture capital é o investimento financeiro em empresas de até médio porte que sejam novas e ainda não tenham retorno financeiro. Atualmente, é mais voltada para startups com alto potencial de crescimento. A aplicação do dinheiro é feita em diferentes fases, chamadas de rodadas de investimento, e segue uma ordem crescente, variando de acordo com a maturidade da startup. Ela se difere do investimento-anjo, que ocorre no estágio inicial por uma pessoa física, e de private equity, reservado a empresas maiores e com bom faturamento. A Brasa Angels, por exemplo, é especializada em ajudar startups inovadoras a alcançar todo o seu potencial. O grupo foca principalmente em empresas de tecnologia B2B/ B2B2C — construtechs, imobtechs e lawtechs — em estágio pré-seed.

Investimento em Startup na Série A, B e C, pré-seed e seed

Existem também investimentos que são mais frequentes em empresas disruptivas já estruturadas e conhecidas pelo público e mercado. No caso de investimentos de Série A, por exemplo, trata-se da fase de investimentos para startups com modelo de negócio bem definido e que já tem um produto/serviço relativamente conhecido pelo público. O objetivo é otimizar a escala de produção e expandir a atuação no mercado. Investimentos em Série B também são feitos em startups consolidadas. O valor conquistado com os investidores tem o objetivo de expandir o negócio, sobretudo na aquisição de novos talentos, aprimoramento de processos, criação de novos departamentos e expansão de mercado. Para muitos negócios, a fase final da rodada de investimentos é a Série C, com foco na aceleração do crescimento, incluindo a expansão internacional e até mesmo a aquisição de outras companhias e tecnologias. Essa etapa costuma ser realizada por fundos de venture capital, empresas de private equity e bancos de investimento. Antecede a abertura da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês).

Já o pré-seed e seed, como os nomes indicam, são esses investimentos em estágios iniciais de uma startup. Sendo o pré-seed considerado um valor para viabilizar o MVP e feito até US$ 500 mil e o investimento seed para maior estruturação da companhia inovadora, com foco na primeira versão do produto e aceleração de crescimento, até US$ 1,5 milhão.

Soluções jurídicas para startups

N Partners possui ampla experiência na estruturação jurídica de startups, principalmente aquelas com atuação no setor imobiliário, tendo assessorado mais de 150 empresas nas mais diversas questões societárias, tributárias e contratuais. Questões essas, inclusive, essenciais para todos os empreendedores que desejam ter um pitch melhor estruturado para apresentar aos eventuais investidores.

Atuamos também com consultoria de Mergers and Acquisitions (M&A), mercado que está aquecido —  nos primeiros cinco meses de 2021, o volume de operações do tipo no Brasil foi de 693 sendo a maior parte de grandes empresas comprando startups.

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